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Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), licenciatura (2006) e bacharelado (2007) com ênfase em Sociologia, Antropologia e Ciência Política, possui graduação em Pedagogia e Filosofia pela Universidade Cruzeiro do Sul. Pós-graduada em Educação: métodos e técnicas de ensino pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná, em Filosofia e Sociologia pela Faculdade Alfa de Umuarama, e em Metodologia e Didática no Ensino Superior pelo Instituto de Estudos Avançados e Pós-graduação, atualmente é professora formadora em educação profissional na Coordenadoria Regional do Estado do Mato Grosso do Sul na jurisdição de Nova Andradina.

segunda-feira, 24 de julho de 2017

19/06/2017
Roseli Silva Minzon



RESUMO TEXTO
Redes e estágios de colaboração na construção de um currículo baseado em competências no Instituto Federal de Mato Grosso do Sul
Azenaide Abreu Soares Vieira
IFMS, campus Nova Andradina - MS/Brazil
azenaide.vieira@ifms.edu.br
Laryssa Amaro Naumann
IFMS, campus Nova Andradina - MS/Brazil
laryssa.dias@ifms.edu.br
Este texto é baseado em uma visão transdisciplinar no currículo do IFMS de Nova Andradina, compenetrado na aprendizagem ativa. A pesquisa se faz necessária para a preparação de profissionais para o século XXI. Uma pesquisa qualitativa, descritiva e explicativa com procedimentos técnicos de pesquisa-ação. Este estudo observou a necessidade de construir currículos não somente científico mas que considerem o aprender a fazer, a conviver, a aprender e a ser.
INTRODUÇÃO
Programa de formação VET, professores para o Futuro em 2016, é uma parceria entre o Brasil e a Finlândia cujo o objetivo foi capacitar professores do IFMS para o fortalecimento de redes colaborativas de aprendizagem.
Durante o período na Finlândia os professores foram inflamados a rever e proporcionar outras práticas de docência para a Educação Profissional no Brasil, através inúmeros projetos de intervenção, ensino, pesquisa e extensão.
Um dos exemplos de Projeto de Intervenção foi, aprendizagem ativa: práticas educacionais finlandesas em contexto educacional brasileiro, expandido por diferentes profissionais dos Institutos Profissionais (IF) do Brasil, esse projeto culminou em reformular práticas pedagógicas da Educação Profissional com base no modelo Finlandês através de vários trabalhos em rede.
Esse projeto amparou conhecimentos práticos, maior rede colaborativa de aprendizagem online e estruturação de parte do currículo da pós-graduação objetivando metodologias de aprendizagem ativa, conteúdos integrados e transdisciplinares.
Há a necessidade de construir um novo modelo de curso de formação docente, tirando a aprendizagem centrada na figura do professor com um currículo organizado por múltiplas disciplinas. Porém esse modelo integrado ainda é um enigma para a maioria dos institutos federais por não acontecer a integração disciplinar cotidianamente por diversos impedimentos e por não ter formação voltada para a interdisciplinar e transdisciplinar.
Os professores participantes do Programa VET III entenderam como muito importante a integração de disciplinas de um módulo da especialização em docência para Educação profissional, científica e tecnológica.
Este texto está focado na aprendizagem ativa, observa os estágios de colaboração dos professores envolvidos, apresentando a taxonomia de Bloom, currículos baseados em competências e interação de grupos para o desenvolvimento de redes colaborativas.
Como se caminha? Caminhando. Relato de trilhas ora teórica ora prática
A especialização em docência para a Educação Profissional, Científica e Tecnológica projeta construir uma dinâmica que fosse favorável à aprendizagem ativa, onde o estudante é o centro do processo de aprendizagem privilegiando o desenvolvimento de competências e atitudes. Logo, criar uma nova proposta didático-pedagógica para a segunda parte do curso de especialização em docência para a Educação Profissional, Científica e Tecnológica.
O objetivo é a formação integral do profissional do século XXI. Segundo as autoras e com base em Araújo, reinventar nosso contexto educativo nos parece um passo necessário para atender uma sociedade democrática, inclusiva, composta por diferenças e pautada no conhecimento inter, multi e transdisciplinar.  Por isso necessita-se de um novo significado e assim  se afaste cada vez mais do arquétipo tradicional.
Porém tem-se uma ciência da complexidade que desafia na elaboração de caminhos diferentes para melhorar a formação docente oferecida pelo IFMS, campus Nova Andradina, com o objetivo de preencher, mesmo de forma não completa, ao vazio existente entre o paradigma contemporâneo de ensino e aprendizagem ativa, e o paradigma presente na prática de professores em programas de formação docente.
Compreende-se que há uma busca para que a escola se transforme. Diversos autores apontam para a necessidade de no século XXI, os profissionais da educação estarem preparados para uma nova realidade, com uso de tecnologias, inúmeras competências e habilidades dentro deste cenário mutável, e é a inquietação que move as pesquisadoras a realização deste trabalho sendo o professor mediador e o uso da aprendizagem ativas.
Assim as professoras apresentaram o seguinte segmento: as trilhas teóricas e práticas adotadas para a transformação do modelo de formação, com o panorama na aprendizagem teórica e pouco desenvolvimento de modelos práticos junto aos pós-graduandos, professores da rede municipal, estadual e federal de Nova Andradina e região.
Primeira trilha: a constituição da rede
O primeiro passo foi  instaurar a rede de profissionais para pensar o problema e co-construir um modelo curricular alinhado aos 4  pilares da educação brasileira contemporânea de Delors, com foco na aprendizagem ativa dos estudantes, acrescido aos conceitos da aprendizagem colaborativa. Esta  equipe se caracterizou como multidisciplinar e  adotou em sua prática, para criação do currículo transdisciplinar, o paradigma da Aprendizagem Baseada em Problema e uma das maiores dificuldades foi a falta de experiências dos professores nesse método em suas formações.
A equipe formada tem funções amplas e complexas entre elas mediar discussões; atuar para manter o grupo focado; motivar a equipe, se motivar; estimular o uso da função de pensar, observar, raciocinar e entender. Para isso o membro da rede deve, antes de ativar a inteligência do outro, ativar a própria inteligência e trabalhar com exemplos práticos. Neste processo houve várias fases distintas, que serão elencadas a seguir.
Segunda trilha: a criação do modelo curricular
A meta da especialização é “oferecer, em nível de pós-graduação lato sensu, formação docente para a apropriação e o desenvolvimento de conhecimentos acerca das especificidades da Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Resumindo, a finalidade do curso é promover momentos de reflexão e aprendizagem em relação ao processo de ensino e aprendizagem em Instituições da Rede Federal de Educação Profissional.
A proposta da especialização é composta por três módulos, essa nova proposta de integração foi inserida no Módulo II. A integração foi estabelecida, primeiramente, a nível de alterar as ementas das disciplinas do módulo, centradas em conteúdos, em ementas que levassem em conta, principalmente, as competências que deveriam ser desenvolvidas pelos pós-graduandos ao longo do semestre.
Segundo as autoras Soare apresenta contribuições importantes para construção de currículos baseados em competências. Para este autor, competência é a concepção central que envolve todos os níveis, domínios e disciplinas do currículo.
Cônscio de que o trabalho envolveria não somente a obtenção de conhecimentos teóricos, mas o desenvolvimento de valores e atitudes, a equipe procurou pensar nos possíveis resultados do trabalho pedagógico centrado em cada conteúdo previsto na ementa da disciplina.
O círculo de planejamento foi constituído a partir da percepção de que tanto professores como técnicos pedagógicos não foram preparados para a implementação de currículo integrado, transdisciplinar, ancorado no paradigma da aprendizagem ativa em todos níveis, Para Pacheco (2013), o círculo, denominado na Escola da Ponte em Portugal como de estudos, fomenta, na verdade, a autoformação do professor, tendo em vista que os professores “partilham não apenas o que sabem, mas aquilo que são”. (PACHECO, 2013, p. 80). O modelo de formação em círculo, para o autor, é “mais uma manifestação do desenvolvimento do que um pretexto para ensinar a ensinar”. (p. 81).
O círculo trata-se de um momento de troca de experiências formativas, aprender com o outro, construir práticas educativas centrada nos quatro pilares da educação contemporânea: aprender a conhecer, fazer, conviver e ser e no estudante.
Terceira trilha: o círculo de planejamento e os ambientes de aprendizagem
A equipe se organizou em duplas compostas pelos docentes que assumiram a mediação dos encontros presenciais (aulas) e por um técnico pedagógico, responsável por colaborar tanto no planejamento das atividades quanto na mediação do processo de aprendizagem de cada estudante em ambientes online de aprendizagem.
Uma vez por semana, a equipe se reunia levando em consideração o feedback das atividades anteriores, era proposta uma nova atividade, a partir de processos de metodologias ativas, centradas nos estudantes.
Na etapa final do curso, as famílias foram convidadas a “planejar com” os mediadores e aplicar as aulas para os demais cursistas.

21/06/2017
Roseli Silva Minzon

No encontro de hoje cheguei mais cedo para adiantar os afazeres pois precisaria sair mais cedo, mas acredito que “dei conta” do que me propûs a fazer, a leitura e o resumo do texto abaixo.
Escolhi as competências que busco adquirir pois faltei no encontro passado.

RESUMO DO TEXTO:
Desafios e contribuições da integração de disciplinas na Educação Profissional Técnica de Nível Médio no IFMS, campus Nova Andradina
Azenaide Abreu Soares Vieira1
Azenaide.vieira@ifms.edu.br
Laryssa Amaro Naumann Pereira Dias2
Laryssa.dias@ifms.edu.br
Resumo
Este texto visa acrescentar com as pesquisas desenvolvidas no Brasil sobre currículo e trabalho pedagógico, o presente texto apresenta ações de integração de disciplinas da base comum com disciplinas técnicas do Curso de Educação Profissional Técnica de Nível Médio Integrado em Agropecuária, ofertado pelo Instituto Federal de Mato Grosso do Sul, campus Nova Andradina. Almejando discutir sobre os desafios e contribuições da proposta curricular integrada no contexto da Educação Profissional do IFMS. O estudo mostrou que a integração de disciplinas pode promover um maior aproveitamento por parte dos estudantes. Os estudantes enalteceram maior aprendizado e motivação, apesar das limitações é de suma importância integrar as disciplinas.
Introdução
A RFEPCT no Ensino Médio, busca desenvolver formação técnica integrada. Porém, grande parte das escolas da Rede Federal organiza o trabalho pedagógico de forma multidisciplinar, o que muitas vezes sobrecarrega os estudantes e o resultado, entre outros, tem sido o abandono do curso ou o acúmulo de reprovações (dependências) em várias disciplinas.
Varias ações para a melhoria das práticas docentes foram (e continuam sendo) desenvolvidas no Instituto Federal de Mato Grosso do Sul, campus Nova Andradina. Entre elas, o projeto de integração de disciplinas da turma do 6º período do Curso de Educação Profissional Técnica de Nível Médio Integrado em Agropecuária (doravante, Agro 6), cujo a meta foi promover o trabalho integrado e transdisciplinar.
Abordagem educacional transdisciplinar e pensamento complexo
A tecnologia trouxe mudanças que se faz necessária alterações de métodos tradicionais de educação, para isso as autoras propõem a teoria da complexidade e a transdisciplinaridade como uma forma de encontrar novas propostas para os problemas globais, segundo elas essa teoria da complexidade foi organizada por Edgar Morin e dialoga com a transdisciplinaridade. As autoras perceberam que essas pesquisas podem trazer um novo paradigma para as relações de educação.
Somos seres complexos e dinâmicos e a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica transdisciplinar promove a formação cidadã e autônoma. Para Morin é papel da educação estabelecer novas relações com o conhecimento - fonte de incertezas hoje, para isso precisa criar relações entre o local e o global. As autoras propuseram o conceito de transdisciplinaridade proposto por Nicolescu.
A abordagem transdisciplinar tem uma forte relação com os pilares da educação contemporânea, estabelecidos por Delors, aprender a conhecer, fazer, conviver e ser com foco para afetividade com base no diálogo e a colaboração.
O homem é um ser completo como parte do todo, não se isola a parte de um todo, assim como no ensino disciplinar, com o objetivo de formar um ser humano pleno. A aprendizagem escolar se forma com espaços de convivência, interações e transformações contínuas.
O presente projeto visa promover a integração disciplinar no IFMS, campus Nova Andradina, assim integrar diversas disciplinas do currículo do curso técnico em Agropecuária, com abordagem transdisciplinar.
Informações, formação e transformações, baseadas no conviver, no estar junto, no trabalho colaborativo em infinitos saberes. Com afeto, responsabilidade, respeito, honestidade e solidariedade, sendo o diálogo o norte de qualquer didática.
A experiência com o técnico integrado em agropecuária
O objetivo deste projeto foi a abordagem transdisciplinar, baseada em competências, com o propósito da aprendizagem centrada no estudante promovendo sua autonomia, o trabalho em grupo juntamente com os componentes curriculares da base comum.
Para isso houve a necessidade da reorganização dos horários para que as 6 disciplinas que aceitaram a proposta ficassem juntas. Além de reformular o horários dos estudantes foi necessário reservar um horário para que os discentes pudessem planejar juntos.
O primeiro desafio encontrado pelos professore foi transformar conteúdos em competências com base nos 4 pilares da educação proposto por Delors (aprender a conhecer, fazer, conviver e ser), assim iniciou-se um trabalho coletivo de transformação de conteúdos curriculares em competências, à luz da Taxonomia de Bloom contemporânea.
Depois de transformar conteúdos em competências, o próximo passo foi integrar as competências disciplinares, deste trabalho os professores conseguiram integrar 7 competências.
Outra questão que foi acordada foi a questão da avaliação, onde decidiram que 50% seria a nota individual, a critério do professor e os 50% seria referente as atividade integradas.
A turma de 36 estudantes foi organizada em sete (7) grupos com cinco ou seis estudantes em cada, sendo denominados de Famílias, onde cada grupo escolheu um nome que melhor se adequasse ao perfil dos mesmos.
Dentre as várias competências observadas a que se destacou foi o saber conviver, até mesmo por as disciplinas serem integradas e por terem que trabalhar em grupos, mas uma das principais dificuldade que os docentes perceberam nos discentes foi em relação a autonomia, não saber (não esta acostumados) trabalhar sem metas, prazos estipulados, por isso foi elaborado um cronograma para facilitar as atividades realizadas pelos estudantes.
Os professores trabalharam com os estudantes individualmente ou em família como mediadores e no dia 15 de dezembro foi apresentado em maquete o que os estudantes aprenderam ao longo do semestre. O trabalho das maquetes foi muito bem desenvolvido tanto o material como a apresentação oral, e esse trabalho demonstra uma gama de competências que foram utilizadas para a construção da maquete.
Esse trabalho procurou entender os indivíduos como seres autorais e autônomos, com um olhar para a pesquisa na perspectiva qualitativa, fazendo com que os estudantes possam aprender a partir de suas experiências.
Metodologia e organização dos dados
O exemplo da Finlândia foi uma das bases para a elaboração do projeto mas sem perder o diálogo com o local.
Essa pesquisa é classificada quanto à sua natureza, como pesquisa aplicada, tendo em vista que o seu resultado irá apoiar a equipe multidisciplinar de professores do IFMS-NA, tornar o estudante protagonista de sua aprendizagem.
Diante do exposto, relatou-se um processo de pesquisa-ação, em que teoria e prática estiveram caminhando juntas.  E no final fez-se um questionário para sugestões de melhorias e correções do projeto (pontos positivos e negativos).
Apresentação e análise dos dados
Um dos itens mais mencionados na pesquisa foi a questão do trabalho em grupo. Em grupo, é possível desenvolver habilidades relacionadas à afetividade, à responsabilidade, à autonomia, à gestão do tempo, ao respeito e à colaboração.
Para as autoras a escola é ainda muito individualizada em seu formato tradicional, as disciplinas não dialogam uma com a outras e os trabalhos em grupos nada mais são que apenas divisão de tarefas. Este projeto visou unir as disciplinas, trabalhar novas metodologias e assim formar cidadãos/profissionais que saibam lidar com as diferenças e aprenda a lidar com o outro.
Dentre alguns problemas destacados pela turma a que mais se destacou foi a ausência do conteúdo das disciplinas técnicas”, o ensino atual divide e fragmenta as disciplinas isso dificulta a contextualização e a percepção do todo.
Outro problema destacado pelos estudantes foi a dificuldade de alguns professores  em trabalhar em grupo/colaborativamente, muitos acabam cobrando atividades extras e/ou não seguindo o cronograma proposto, por isso neste processo foi primordial o papel de mediação docente durante o processo de aprendizagem, procurar entender, compreender.
Houveram sim várias dificuldades ao longo do processo, mas muitas competências foram percebidas que se estivessem no modelo tradicional de educação talvez não poderia ser destacadas. E as sugestões dos alunos foram coerentes em relação aos professores, atividades extras, tempo, preparação para o ENEM, menos disciplinas envolvidas. Todas estas questões faz com que os professores planejem e (re) planejem suas práticas.
Conclusões e horizontes
Diante do exposto, nota-se que a integração das disciplinas pode promover uma visão mais ampla e crítica por parte dos estudantes e dos professores também
Isso dá segurança para afirmar que a abordagem transdisciplinar permite muito mais do que o desenvolvimento cognitivo dos estudantes. Os estudantes são desafiados, constantemente, a aprender a conviver, a lidar com o diferente e aceitar a imperfeição e a incompletude humana (MORIN, 2001; 2011).
Em relação às limitações, entendeu-se que seria mais interessante se todas as disciplinas da grade curricular fossem integradas de tal forma que isso, possivelmente, geraria novos posicionamentos em relação a quantidade de atividades desenvolvidas e uma situação mais favorável em relação ao tempo, precisa-se priorizar todos os pilares da educação e não somente o aprender a conhecer
Com base neste projeto outros estão sendo desenvolvidos no ano de 2017. As praticas se transformam e espelham outros professores, colegas para a mudança que se faz necessária para o século XXI.

MORAN, José. Mudando a Educação com metodologias ativas
Coleção Mídias Contemporâneas. Convergências Midiáticas, Educação e Cidadania: aproximações jovens. Vol. II] Carlos Alberto de Souza e Ofelia Elisa Torres Morales (orgs.). PG: Foca Foto-PROEX/UEPG, 2015
Roseli Silva Minzon
Neste texto apresentará uma resenha crítica sobre o artigo Mudando a Educação com metodologia ativas de José Moran, para o autor há dois caminhos que a educação pode percorrer, um mais suave - mudanças progressivas - e outro mais amplo, com mudanças profundas.  Segundo Morán (2015, p.15), no caminho mais suave, elas mantêm o modelo curricular predominante – disciplinar – mas priorizam o envolvimento maior do aluno, com metodologias ativas como o ensino por projetos de forma mais interdisciplinar, o ensino híbrido ou blended e a sala de aula invertida, porém há outras instituições mais corajosas que propõem modelos mais inovadores, disruptivos, sem disciplinas, que redesenham o projeto, os espaços físicos, as metodologias, baseadas em atividades, desafios, problemas, jogos e onde cada aluno aprende no seu próprio ritmo e necessidade e também aprende com os outros em grupos e projetos, com supervisão de professores orientadores. (MORÁN, P.15)
Logo de início percebe-se pelo artigo que a mudança tem que ser feita, não importa se de maneira mais suave ou separativa, mas do jeito ao qual a educação se encontra não poderá ficar, pois não mostra caminhos para a real aprendizagem do estudante, por isso que Morán (2015, p. 2) menciona que os processos de organizar o currículo, as metodologias, os tempos e os espaços precisam ser revistos.
A escola estandardizada, que avalia diferentes de forma igual e requer resultados previsíveis, ignora a sociedade ao redor que baseia-se em competências cognitivas, pessoas e sociais, que vai muito além das paredes de uma sala de aula. Não pode-se desconsiderar o fácil acesso as diversas informações que os estudantes tem com a era tecnológica, manter somente modelos tracionais em pleno século XXI não levaria a aprendizagem, precisa-se fazer um ordenado de diversas metodologias com objetivos, atividades complexas onde estudantes e professores avaliam e (re)avaliam resultados.
Para isso Morán (2015, p. 18) argumenta que exige pesquisar, avaliar situações, pontos de vista diferentes, fazer escolhas, assumir alguns riscos, aprender pela descoberta, caminhar do simples para o complexo. Os estudantes precisam aprender a caminhar com suas próprias “pernas”, sendo guiados e não levados pelos professores, e os professores precisam aprender a deixar o estudante caminhar sozinho, rumo ao conhecimento que buscam. Neste quesito que entra em ação as metodologias ativas que são pontos de partida para avançar para processos mais evoluídos de reflexão, de integração cognitiva, de generalização, de reelaboração de novas práticas.
Alguns componentes são fundamentais para o sucesso da aprendizagem: a criação de desafios, atividades, jogos que realmente trazem as competências necessárias para cada etapa, que solicitam informações pertinentes, que oferecem recompensas estimulantes, que combinam percursos pessoais com participação significativa em grupos, que se inserem em plataformas adaptativas, que reconhecem cada aluno e ao mesmo tempo aprendem com a interação, tudo isso utilizando as tecnologias adequadas. (MORÁN, 2015)
Precisa-se saber usar todos os recursos ao qual tem-se para que aconteça o aprendizado, pode ser os recursos mais simples ou mais complexos, mas deve-se valorizar não somente o que se aprende mas a forma como se aprende, isso é fundamental para que se atinja futuros objetivos e competências. Aprender ativamente, com situações problemas, situações reais, projetos, atividades em grupos e individuais, mas para isso Morán (2015, p.19) diz ser necessário uma mudança de configuração do currículo, da participação dos professores, da organização das atividades didáticas, da organização dos espaços e tempos.
As salas de aula podem ser mais multifuncionais, que combinem facilmente atividades de grupo, de plenário e individuais. Os ambientes precisam estar conectados em redes sem fio, para uso de tecnologias móveis, o que implica ter uma banda larga que suporte conexões simultâneas necessárias (MORÁN, 2015).
Sabe da real dificuldade em trabalhar com tecnologia em uma instituição que muitas vezes não tem dinheiro nem para a merenda, onde é essencial para o desenvolvimento dos estudantes. Mas acredita-se que é na adversidade que incentivamos a criatividade, isso não quer dizer que será fácil, mas que pelo pouco que as escolas possuem pode-se tentar com o que tem e lutar para conquistar o que realmente precisa para um mínimo de metodologia ativa, para se dar continuidade ao processo desta didática.
Não pode-se ver só as impossibilidades que são muitas e que existe e atrapalha as mudanças, não deve-se acomodar no modelo tradicional e fazer mínimos ajustes é necessário mesmo que aos poucos mudanças profundas, aluno ativo e não passivo, envolvimento profundo e não burocrático, professor orientador e não transmissor, segue abaixo um exemplo de Morán:
“Ao tirar a divisão por disciplinas, orientamos todas as competências necessárias através de projetos semestrais temáticos. O aluno escolhe um problema real de sua comunidade ou região para trabalhar os temas daquele período.” As aulas expositivas também foram abolidas. Agora, os alunos estudam os conteúdos em casa, ou onde preferirem. São disponibilizados em uma plataforma on-line vídeos, textos e um conjunto de atividades às quais os estudantes devem se dedicar antes de ir para a aula. (MORÁN, 2015)
Os professorem podem começar por organizar um projeto importante com os estudantes e irem envolvendo outras disciplinas, que utilize de pesquisa, entrevistas, jogos, gincanas etc. Não precisa romper o modelo tradicional da noite para o dia, a mudança ocorrerá ao poucos e mesmo que os professores tenham medo, a mudança será inevitável a demanda que se tem.
Um dos modelos mais interessantes de ensinar hoje é o de concentrar no ambiente virtual o que é informação básica e deixar para a sala de aula as atividades mais criativas e supervisionadas. É o que se chama de aula invertida. A combinação de aprendizagem por desafios, problemas reais, jogos, com a aula invertida é muito importante para que os alunos aprendam fazendo (...) Podem inverter o modelo tradicional de aula, com os alunos acessando os vídeos e materiais básicos antes, estudando-os, dando feedback para os professores (com enquetes, pequenas avaliações rápidas, corrigidas automaticamente). Com os resultados, os professores planejam quais são os pontos mais importantes para trabalhar com todos ou só com alguns; que atividades podem ser feitas em grupo, em ritmos diferentes e as que podem ser feitas individualmente.  (MORÁN, 2015)
Admite-se tentar fazer essas inovações, afinal sabe-se que o estudante do século XXI está sempre conectado, porque não então aproveitar para que em alguns momentos ele utilize o virtual para aprender, aprofundar-se sobre algum assunto, não precisa ser uma cobrança “violenta” por parte do professor, tem que ser algo que se cative aos poucos. Outra questão será aqueles que não tem condição nenhuma de ter acesso a internet fora da escola, poderia se fosse possível ter alguns horários vagos dentro das salas de tecnologia para que ele possa ir fazer suas atividades, uma vez por semana.
Segundo Morán (2015, p.25), as boas escolas sempre se preocuparam em dialogar com o seu entorno, em fazer visitas, atividades, projetos.  O que as tecnologias em rede nos permitem é não só trazer o bairro e a cidade, mas também o mundo inteiro, em tempo real, com suas múltiplas ideias, pessoas e acontecimentos numa troca intensa, rica e ininterrupta.
Por isso a educação não necessita seguir um único modelo, deve se ter um currículo flexível, aberto a mudanças e inovações sempre que se faça necessário e que haja a aprendizagem dos estudantes, uma única forma de “ensinar”, dificulta, atrapalha a todos, pelas vastas metodologias que existem, tem que desafiar o estudante e se desafiar, com projetos e problemas reais que tenham significados
Na educação formal uns projetos pedagógicos dão mais ênfase à aprendizagem colaborativa, enquanto outros à aprendizagem individualizada. Ambos são importantes e precisam ser integrados para dar conta da complexidade de aprender na nossa sociedade cada vez mais dinâmica e incerta (...) Aprendemos com os demais e aprendemos sozinhos. (MORÁN, 2015)
Não há um único modelo a seguir, nem um modelo melhor que o outro, há diferentes maneiras para se aprender e a educação se destaca quando consegue unir diferentes formas que culmina no conhecimento e participação de todos no processo de aprendizagem
Sozinhos vamos até um certo ponto; juntos, também. Essa interconexão entre a aprendizagem pessoal e a colaborativa, num movimento contínuo e ritmado, nos ajuda a avançar muito além do que o faríamos sozinhos ou só em grupo. Os projetos pedagógicos inovadores conciliam, na organização curricular, espaços, tempos e projetos que equilibram a comunicação pessoal e a colaborativa, presencial e online. (MORÁN, 2015)
Já há um número significativo de professores que estão vencendo o  medo e inovando em suas práticas, experimentando novas metodologias sem medo de errar, esse é o caminho tentar inovar com novas propostas, misturando propostas tradicionais com as contemporâneas, utilizando o ambiente virtual, utilizando materiais simples que hoje são ignorados por muito (cartolinas, pincéis atômicos, flipchart, papel manilha), tudo é válido para a aprendizagem, só não se pode fechar caixinhas (disciplinas) e esquecer de todo o entorno social, político.
Mas para Morán (2015, p. 28) ainda há a primordialidade de capacitar coordenadores, professores e alunos para trabalhar mais com metodologias ativas, com currículos mais flexíveis, com inversão de processos (primeiro, atividades online e, depois, atividades em sala de aula). Precisa-se avançar muito ainda em relação aos objetivos propostos.
É difícil ter a visão estratégica de muitos gestores, pois é preciso planejar mudanças profundas e isso envolve repensar a educação de uma forma integrada, mais flexível, menos burocrática. A qualidade não pode ser só um discurso, mas um compromisso efetivo de todos os setores das instituições 29
Compreende-se que, no Brasil, tem inúmeras deficiências históricas, estruturais, mas os desafios existem para serem superados e para isso algo precisa ser feito, revisto, há a necessidade de se atualizar constantemente no ambiente ao qual se encontra e para isso a mudança é fundamental, busca-se uma educação de qualidade, mas antes de estudantes que de fato aprendem, conhecem o mundo a sua volta, precisamos de professores capacitados, escolas remodeladas, sistemas flexíveis, é um trabalho em grupo mas que nada impende que um possa começar a traçar caminhos para que isso aconteça.